Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







26 de abr. de 2011

Ao Poeta Marcelo Camelo

Outro dia escrevi que o rock brasileiro jazia. E jaz mesmo. Capitaneado por bandas ditas emotivas, em que cada integrante só pensa em si e mais se preocupa com o visual que com as letras inteligentes, rock brasileiro agoniza. E é num mar de lama de pura falta de inteligência composicional que a música brasileira ressurge nas harmonias profundas de Marcelo Camelo.




Não bastasse o trabalho louvável junto com Amarante, Medina e Barba, no inesquecível Los Hermanos, Camelo (a cada trabalho) surpreende-nos com um toque de sutileza musical. Música que se traduz por si só em algo intangível, perene e, sobretudo, atemporal. E há quem grite aos quantos cantos que dali nasce o mais novo Chico Buarque, título não muito bem reconhecido pelo próprio compositor.



Com frases de efeito e letras por vezes que nos leva à procura de nós mesmos, em favor de nos escutarmos mais e nos mantermos mais centrados – sem esquecer que não somos uma ilha e que há alguém ao lado – Marcelo canta e nos encanta. Perspicaz, sagaz, suas músicas marcam sempre por uma melodia fácil, porém gostosa, que penetra aos ouvidos e grava-nos na mente com extrema facilidade. Foi assim no primeiro álbum solo intitulado SOU (NÓS) que, dentre outras canções, tem uma chamada COPACABANA, em que se revive a época das marchinhas nos carnavais. O cara faz quem nunca escutou marchinha passar a gostar delas.



Lançou uma coletânea ao vivo para emissora MTV em que faz readaptações de músicas já conhecidas do Los Hermanos e do primeiro álbum solo. O CD e o DVD ao vivo beiram o genial. Mais recentemente lançou o CD “Toque Dela” em que sempre faz experimentações que dão certo. Novamente surpreendeu com letras singelas, porém bem prazerosas, reflexivas e profundas que chegam a emocionar àqueles que as escutam e as compreendem.



Ao continuar nessa toada, tudo indica que será mesmo imortalizado. Ao se levar em consideração o tempo em que vivemos – musicalmente falando – não será muito difícil. És mesmo formidável.



Salve Marcelo Camelo!

Um comentário:

Carol Moniz disse...

pena é o público em massa não saber e as vezes não ter acesso a essa boa cultura...enquanto isso somos inundados com monossilabos e porcarias q ainda têm coragem de chamar de música, enchem os bolsos de R$ e o público ainda sai rindo "satisfeito" com uma rima mal feita...

Flávio Rossi

Minha foto
Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire