Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







27 de out. de 2010

Claro e Objetivo

Caro leitor,vou tentar ser o mais claro e objetivo neste texto. Começo falando do Sr. Ministro Gilmar Mendes, do STF. Sinceramente, eu o acho um dos seres mais repugnáveis que já existiu naquele Tribunal. Não por ele proferir voto em desfavor do povo, mas pelas palavras dele, que no mínimo é de dar nojo. O olho é no peixe fritando e o outro no gato do lado.


Nós, o povo brasileiro, somos um povo pacífico, concluí. Se assim não fôssemos, iríamos à frente do STF e quebraríamos, à base da pedrada mesmo, aquele Egrégio Tribunal. E instituiríamos uma outra Constituição sem, por exemplo, o prestígio da Vitaliciedade que goza os juízes de direito, até porque - por inúmeras vezes - já vimos que o princípio está vencido, visto que são inúmeros os casos de corrupção dentro do judiciário. Dentre um dos mais conhecidos, só para recordar, o Ministro do STJ vendia sentenças e levantava preciosos dividendos com isso. Diante do infortúnio, o então Ministro teve como pena o instituto da aposentadoria. Ou seja, ganhava trabalhando, continua ganhando só que em casa, na rede, à brisa, pés para cima. Vá o trabalhador corromper-se para ver o resultado. Garanto-vos que é cadeia, xadrez.



Voltando. Acho grave o que o Gilmar Mendes falou no julgamento de hoje, dia 27/10/2010, o qual defendia um político pobro, ético, ficha limpa, chamado Jader Barbalho: “numa democracia constitucional, o povo não é soberano”. Num passado bem recente, em que se achava também que o povo não era soberano, aconteceu o que se conhece como a queda da bastilha, a Revolução Francesa.



Olhem! Tenhamos cuidado com a autoridade que diz e repete que o povo não é soberano. Se ele falasse que os representantes do povo, a Câmara Federal e o Senado, não são soberanos, até dá para engolir. Mas o povo, o povo não é soberano não, é soberaníssimo. Tanto é que basta uma revolta popular, caso se queira, para modificarmos toda legislação vigente e para, na base do chute e pontapé, colocarmo-no para fora do poder, instituído pelo povo.



Considero paradoxal quem, para invocar que uma LEI POPULAR não tem valor, se utilize de exemplos pouco aplicáveis aqui, como no caso do nazismo, e ao mesmo tempo se fundamente, corriqueiramente, do próprio direito Alemão. É um tanto contraditório. Moralidade e probidade administrativa não foram palavras professadas por ele em nenhum momento, até porque ele mesmo não parecer ser investido de tais virtudes. Fiquemos de olho no Ministro que se acha acima de quem ele deve obediência e lealdade.

18 de out. de 2010

O Trambique do Século!

Quem assistiu aos Eddie Murphy, sabe que ele fez filmes inesquecíveis, tanto na década de 80 quanto na de 90. Posso até citar alguns aqui: Um Príncipe em Nova York, O Rapto do Menino Dourado, Um Tira da Pesada. Acontece que um colega me indicou um outro filme muito interessante dele, de 1992, que não fez tanto sucesso por aqui, mas que considerei um dos melhores: Um Distinto Cavalheiro.


Nesse filme, Eddie faz o papel de um verdadeiro pilantra, trambiqueiro. O personagem dele chama-se Thomas Jefferson Jonhson. Metido em rolos pequenos, um dia Thomas descobre que um distinto senador daquela sociedade, a Americana, do mesmo nome dele morre. É então que o Thomas, o pilantra é claro, vê a possibilidade de entrar no lugar do então falecido senador. Sabendo da possibilidade de controlar a dinheirama pública, Thomas Jefferson solta então as seguintes palavras, que para mim são emblemáticas: “Esse é o trambique do Século!”.


Vamos refletir: o cara está falando que é trambique do século ser político nos EUA. Ora! Dizem que por lá a democracia é bem mais evoluída, que o nível de corrupção é baixo e que o espírito público dos políticos de lá são bem mais avançados do que os daqui. Lá não se costuma, por exemplo, confundir o público com o privado. Mas ele falou e disse que aquilo era “o trambique do século”. Emblemático.


Se lá é o trambique do século, o que dizer daqui? Uma revista* levantou os números de quanto ganha um Deputado Federal, vou reproduzi-los aqui, aí vocês, caros leitores, tirem sua conclusão se ser político por aqui não é o “trambique do MILÊNIO”. Vamos aos números, mas não se assustem. Eles recebem:

1- Uma tal de verba de gabinete no valor de R$ 60.000,00. Serve para pagar material de escritório e contratar 25 assessores. São tantos assessores que nem o Michael Jackson teve tantos na vida toda.

2- Verba Indenizatória no valor de R$ 15.000,00. Serve para pagar aluguel (eles já recebem por isso), hotel, motel, restaurante, consultoria. Sendo que a consultoria é tudo aquilo que eles decidem chamar de “consultoria”.

3- Salários no valor de R$ 16.512,09. E ainda tem, além do décimo terceiro, o décimo quarto e o décimo quinto que é pra dar aquele gás no fim do ano. Ah! Eles ganham mais que o Presidente da Republica. São ou não importantérrimos?

4- Auxílio Moradia no valor de R$ 3.000,00. Como eu já havia dito, eles já recebem por isso, mas não custa nada dobrar a parada. E os apartamentos funcionais... Esses deixem pra lá.

5- Cota postal e telefônica no valor R$ 4.000,00. Porque toda empresa manda muitas cartas e utiliza muito o telefone, ainda mais na compra de votos.

6- Uma cota para assinaturas e impressões no valor de R$ 1.000,00. Haja livro e jornal para o deputado ler. Se é que ele sabe mesmo, não é?

7- Um valor de R$ 9.000,00. Serve para viagens, para visitar a base e manter o cabresto. Vale lembrar que as viagens não precisam ser justificadas.

8- E mais R$ 8.000,00 para saúde. O deputado e a família dele pode pedir reembolso ILIMITADO com gastos com saúde e com dentista. Está explicado o porquê a coisa mais rara de se ver é o enterro de um político.

Eles ganham só isso mesmo. Agora acalmem-se por que estou fazendo o somatório geral de quanto eles ganham no final das contas por mês. Vamos lá, vamos lá, vamos lá, Flavin...Opa! Exatamente R$ 166.512,09. É isso: Cento e sessenta e dois mil, quinhentos e doze reais e nove centavos.

A pergunta que não quer calar: Por que é o TRAMBIQUE DO MILÊNIO, FLAVIN? Porque o cara não precisa estudar, não precisa ser ficha limpa, não precisa saber Direito Constitucional e muito menos administrativo. Ética e moral foram matérias que passaram longe deles.


Vou contar meu causo só para finalizar:

Para eu ser um servidor público baixo escalão, “oreia” seca, tive de me formar. Depois, estudei um ano e meio, média de 10h diárias. Passei. Para assumir o cargo, tive de fazer vários exames para saber se eu estava bem: coração, rins, coluna, fígado. Depois fui ao cartório tirar várias certidões criminais, civis. Fui à Justiça Federal tirar uma certidão criminal federal. Ou seja, para eu ser orea, tive primeiro de estar em condições físicas, depois tive de provar para Deus e o mundo que eu era “Ficha limpa”. E há várias outras categorias que além disso, passa por um curso de formação para assumir o cargo. E no fim, ganhamos igualzinho a um oreia.

Se lá nos EUA o trambique é do século, então cheguei à conclusão de que por aqui o "Trambique é mesmo do Milênio".


*Revista Super Interessante. Edição Agosto/2010.

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire