Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







22 de jan. de 2010

O Meu Consolo

Ontem, dia 22/1/2010, alguns estudantes jogaram esterco na entrada da Câmara Legislativa do DF. Manifestação com poucas pessoas, entretanto permeada de significação: sujeira para um lugar imundo.

Posso apostar que 99% dos que protestavam e que protestam não votaram no atual governador, que foi eleito em primeiro turno. Quem deveria estar lá, exigindo ética, lealdade e cumprimento da lei é justamente aqueles que o elegeu. Quem votou no Arruda - tenho certeza - votou também no Prudêncio, no Brunelli, na Eurides Brito, no Pedro do... no Roney Nemer, no Benedito. A população do Distrito Federal hoje está em cerca de 2 milhões de pessoas. A pergunta que não quer calar: cadê as mais de um milhão de pessoas que votou na cambada acima e que não cumpre com o papel de cidadão?

Já sei! Os poucos que apareceram fizeram justamente o papel contrário, apoiaram o governador. Tudo isso para garantir a si mesmo (assim como fazem os seus representes) alguma vantagem pessoal. No caso daqueles desavergonhados, que foram apoiar os corruptos, era uma questão de “emprego”. Apoiar quem coloca dinheiro nas meias, nas cuecas, nas malas é subverter o papel da democracia, que submete “coletividade”. Olha-se para o próprio umbigo, todos, eleitores e representantes, num jogo sujo arraigado de esterco, fétido, imundo.

A coisa é grave, o Governo Federal já deveria ter feito uma intervenção aqui, no DF. Sim, intervenção sim, porque, além dos três poderes estarem conchavados, o braço da corrupção alcançou o Ministério Público. São raros os casos em que representantes do MP estejam metidos em jogatinas. Creio que “nunca na história desse país” um Procurador-Geral de Justiça estivesse em situação tão suspeita. Fico imaginando: de que forma é o encontro em que um Governador, deputados, juízes e um Procurador-Geral de Justiça combinam o desvio de verbas, o percentual a ser recebido. Quem, em sã consciência, tem a coragem de corromper um procurador – servidor com uma parcela altíssima de poder. O pior: todos os que cometem o crime de colarinho branco não são presos e muito menos devolvem o dinheiro ao erário. Para estes, a única pena é ser algemado e ter a sua imagem maculada perante os cidadãos, mas um Ministro do STJ “sugeriu” que a Polícia Federal fosse aos gabinetes de terno e que não algemasse ninguém. O jogo é sujo.

Consolo-me, na atual situação, não ter votado em nenhum dos corruptos citados, isso me alivia e, de alguma forma, tira o peso da culpa de cima de minhas costas. Alivio-me, e agora sei que estava certo, em ter votado no Senador certo (eleito e contínuo no mandato), nos presidenciáveis certos (não eleita, mas certa), na candidata ao governo do DF certa (não eleita), nos deputados federais e distritais certos. Teria remorso, vergonha, nojo se tivesse votado no “Pedro do Ovo”.

Para este ano, ano de política, tem mais. Vem aí, um homem do povo, que surgiu da gente, que se mistura com a gente, que representa a maioria da população: o mega-empresário Paulo Octávio. Votem nele de novo.

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire