Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







19 de jul. de 2012

Organização Total!


Caros leitores, estamos à beira do julgamento do chamado “mensalão do PT” e o que me vem à mente é se o crime organizado de fato se organizou. Sei que a informação ficou meio dicotômica, mas o que acontece é que sempre ouvi falar de especialistas que “no dia em que o crime se organizar, aí sim este país estaria perdido”. Em outras palavras, o que estava ruim poderia piorar.


Essa teoria de que o crime não era organizado nunca ficou muito claro para mim, porque sempre o vi agindo organizadamente, desde as facções criminosas montadas nas favelas até as montadas no Congresso Nacional. Vou-me ater naquelas montadas para surrupiar os cofres públicos, as do Congresso. Provo que sempre foram muito bem organizadas. 


A palavra “mensalão” foi inaugurada, teve sua gênese no Governo Lula, mas esse crime é mais antigo do que imaginamos. Quem introduziu esta prática foi o Sr. Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para que houvesse o direito à reeleição, o facínora organizou o pagamento de propina para que deputados e senadores votassem a favor da emenda que o favorecia.  Deu tudo certo, foi reeleito. Não foi investigado porque seu grande amigo Geraldo Brindeiro, então Procurador-Geral da República, não oferecia denúncia contra ninguém. Mais tarde, esse mesmo Procurador logrou o apelido de “Engavetador-Geral”.


Depois teve um outro mensalão, agora em Minas Gerais (em 1998). O mensalão de Minas, que envolvia o Senador Eduardo Azeredo (um dos fundadores do PSDB) e o nada conhecido Marcos Valério, consistia em organizar um esquema para financiamento irregular da campanha de reeleição de Azeredo, então governador de Minas Gerais. Em 2005, já no Governo Lula,  aconteceu o mensalão como conhecemos, que consistia em comprar votos de deputados e senadores para que propostas do governo fossem aprovadas. Quem organizava todo o esquema era Marcos Valério (nada conhecido) e José Dirceu – ex chefe da Casa Civil – e amigo, braço direito, de Lula.


O mais nefasto de todos os mensalões aconteceu aqui no DF, em 2009, sob o Governo de José Roberto Arruda e envolveu praticamente todos os três poderes e o Ministério Público. O mensalão do DEM consistia em burlar licitações para pagar deputados a fim de que projetos do então governador fossem aprovados. Era dinheiro público para todos os lados, a propina era geral. Procuradores, empresários, deputados e deputadas todos ganharam menos a sociedade. E o mais contemporâneo é caso Cachoeira, que tinha como aliado o ex Senador Demóstenes, e exerce sua influência no Estado de Goiás, DF e Tocantins, tudo organizadamente.



Se todos esses casos - pretéritos e presente - não são exemplos de crime organizado, o que será então? À beira de sediar a copa do mundo e os jogos olímpicos, com dinheiro público jorrando para todos os lados, numa desorganização absoluta e à mercê de verdadeiros larápios, não há outro pensamento senão aquele que diz que "as coisas nunca estão tão ruins que não possam piorar”. Se achas que está ruim, caro leitor, espere e verá: pior ainda pode ficar. Ainda bem que eles não descobriram que o problema é celular. 


Flávio Rossi

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Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire