Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







25 de fev. de 2013

Da evolução à Regressão


A evolução não dá saltos. Evoluímos pouco a pouco, num compasso brando, mas essencial. A história da humanidade é essa, continuamos a evoluir a cada dia. O que se espera dessa evolução é que ela se oriente sempre no sentido de nos tornemos mais inteligíveis e que possamos, com isso, compreender melhor os sentidos da vida. A vida, em absoluto, é o bem mais precioso que temos. Ela deve está acima de tudo e ela deve ser respeita acima de qualquer coisa.

Os esportes contemporâneos são a evolução de jogos antigos baseados, principalmente, na morte do adversário.  Os nossos antepassados deliravam nas arenas, nos ringues e coliseus com lutadores empunhando espadas afiadas, correntes e qualquer outro tipo de instrumento que servisse para matar ou mutilar o outro. Evoluímos e, felizmente, não assistimos (ou pelo menos não éramos para assistir) a essas barbáries. Acontece que o que se via dentro de quatro linhas entre jogadores ou lutadores rivais, agora se vê fora delas. E os atores dessas cenas são, justamente, aqueles que deveriam se autoproteger e, sobretudo, se autorrespeitar.

Infelizmente, ainda somos obrigados a ver, ler ou ouvir notícias que, de tão grosseiras, chegam a dar náuseas. E, aos mais sábios, fica sempre aquele pensamento de que, por algum momento, não estamos no Século XXI. Pelo contrário, parece estarmos em plena idade média e isso fica mais evidente quando o assunto é futebol. Por mais que se diga o contrário, é fato que uma torcida que vai a um estádio, munida de artefatos mortais, não está preocupada com o esporte, mas em fazer maldades. E são essas maldades que somos obrigados a conviver rotineiramente.  

Como já havia falado, a vida está acima de qualquer coisa, ainda mais de um clube de futebol. O Corinthians, o Flamengo, O Vasco, o Palmeiras, O Santos, Fluminense, São Paulo e qualquer outro time grande não estão acima da vida de um ser humano. E a punição para qualquer time, que financia torcida organizada, ainda mais aquelas sabidamente violentas, deve ser a altura. Aqui, não se discute se o crime foi com intenção ou não de matar, isso fica a cargo das autoridades. Falo do esporte, do futebol. 

Pela sua própria grandeza, o Corinthians deveria se autorretirar do torneio, em um gesto de solidariedade para a família do garoto boliviano. Isso demonstraria, também, que o clube está preocupado com o ser humano e que não compartilha de certas práticas adotada por sua torcida, práticas essas que vão do vandalismo ao assassinato.  Em vez disso, está tentando - de todas as maneiras - reverter a punição dada pela entidade que comanda o futebol Sul Americano, argumentando que ela foi demasiadamente radical. 

O que se sabe é que nada é mais radical que a morte de um jovem dentro de um estádio de futebol. O que estamos vivendo parece ser uma regressão, que anda a passos largos, ao contrário da evolução. É a era da mais pura barbárie, no país do futebol e sede da próxima Copa do Mundo. 

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire