Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







30 de set. de 2010

As crenças e suas diferenças.

O papo ficou mais interessante, quando eu a perguntei como estava indo namoro dela. A resposta, intrigante, foi a seguinte: “está indo bem, mas tenho medo por causa das diferenças entre nossas religiões. Por exemplo, se um dia a gente ter filhos, como será a criação deles?”.


Não vejo problemas em ficar, namorar, casar-me com uma pessoa que tenha um tipo de crença diferente do meu. Muito pelo contrário, na utopia que tenho, devido minha formação, acho até melhor.


Fui casado durante 10 anos da minha vida. Minha ‘ex-posa’ é católica apostólica romana. Eu nasci e cresci dentro da filosofia budista. Tivemos uma filha cuja égide são as duas religiões. Sem brigas, nem discursão. Não há embaraços, creio que assim, quando ela tiver mais discernimento para escolher o que é melhor, ela assim faça. Como pai, acredito que devo dar um norte, ensiná-la o que é certo e o que é errado, afim de que no futuro bem próximo ela seja uma pessoa de valor para a sociedade, independente da religião profetizada por ela. Isso é uma escolha pessoal.

Nós não somos iguais, as culturas são diferentes e é justamente isso que devemos aprender a respeitar. É muito fácil eu ter respeito pelo meus pares, aqueles os quais me identifico melhor, que freqüentam os mesmos lugares que eu, que praticam as minhas mesmas atividades, que estão no meu mesmo ciclo de amizade, social, religioso, político. Respeitar essas pessoas é muito fácil. O grande desafio está em respeitar os diferentes, as diferenças e desfazermos de preconceitos.

Não ter preconceitos é ouvir as palavras sagradas de uma outra religião, respeitando-as, internalizando-as e aproveitando-as da melhor maneira possível para o seu bem estar. E mesmo que você não as internalize ou as aproveite, que as respeite acima de tudo, porque temos de respeitar o diferente e aquelas palavras são sagradas para alguém. Compaixão.

Não ter preconceitos é “fazer o bem sem olhar a quem”. Independente da crença, da cor, do sexo ou da opção sexual. Benevolência.


Não ter preconceitos é agir com prudência, afim de que não escutemos mais coisas do tipo: “macumba é má porque já começa com ma”. Pura ausência de conhecimento de causa daquele que nunca leu sobre a referida religião e que toma como verdade o que se escutou de outrem. Como uma “Maria vai com as outras”sai espalhando para todos o que acha que é a verdade do universo. Sensatez.

Não por acaso, temos ou tivemos várias guerras em nome de “Deus”, segundo aqueles a fazem. Não por acaso há embates religiosos entre ramificações de uma mesma crença.

Antes falar, aprendamos  escutar. Guerras e embates religiosos não teriam acontecidos se fôssemos mais tolerantes. Escutar mais, falar menos. No entanto, sei que a coisa não é tão simples assim.


"Por fim",  existem três tipos de verdade: a minha, a sua e a verdade verdadeira. Tenhamos nossas crenças e nossas diferenças, mas não sejamos indiferentes com o nosso próximo, isso evita hostilidades.

27 de set. de 2010

Aqui Jaz uma esperança!

Outro dia, li um artigo do Professor, escritor, jornalista, filósofo Rubem Alves. Sagaz em suas analisas acerca da política brasileira, ele tinha escrito que já não tinha esperança com os políticos. Achei até um exagero à época, mas hoje, depois do que assisti na semana passada, afirmo-vos: perdi as esperanças com os políticos. E tudo isso com a devida ajuda do Judiciário.


É que ainda tinha esperança de que -se os políticos não se consertassem por si mesmos - então, por meio da força do judiciário, eles seriam consertados. Entrou em cena uma lei pra consertá-los, lei essa assinada por mais de 2 milhões de cidadãos brasileiros. A tal lei, nomeada lei da Ficha Limpa, lei do povo, no meu modo de ver as coisas e também no modo de vários cidadãos, não deveria nem mesmo ser objeto de questionamento dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, maior corte do País. Não deveria, mas foi.


Na verdade - indo à outro vertente da questão - se a maioria dos cidadãos tivesse um mínimo de consciência política nem se cogitaria um candidato a governador, comprovadamente surrupiador do dinheiro público, se eleger. Não precisaria de lei alguma, o povo na sua consciência não daria nenhum voto a ele. Esse é o ápice da consciência moral política que um povo deve ter. Roubou? Fora, pelo resto da vida política, sem ser necessária lei alguma.


Mas infelizmente não é assim. Alguns até tem essas consciência política, mas a maioria não. A grande maioria pensa em si mesma, objetivando conquistas próprias em desfavor do coletivo. E são essas que abrem a boca e diz: “ele rouba, mas pelo menos nos dá um lote”. Nivelação totalmente por baixo, ao passo que se admite que o candidato desvie o dinheiro público. Olha, quando a pessoa fala “pelo menos”, pra mim o assunto é encerrado, ela não é digna de ouvir nenhuma palavra a mais minha. (risos). Observem! o ex-candidato ao GDF não negou em nenhum momento o seu envolvimento com o desvio de R$ 2,5 milhões de reais. É mesmo um DESAVERGONHADO. A que ponto chegamos?


Voltando. Cinco Ministros do STF voltaram a favor dos políticos corruptos. Isso, a gente não está falando de políticos que trabalham e prol do povo, estamos tratando com verdadeiros bandidos, desses que gostam de roubar valores acima dos milhões, que formam verdadeiras quadrilhas, que corrompem e são corrompidos. São esses que os cinco ministros protegeram. São esses que os cinco ministros (Toffoli, Celso de Mello, Marco Aurélio, Cezar Peluzo e Gilmar Mendes) prestam assistência jurídica. Aliás, Gilmar Mendes (os mais lúcidos conhecem a história desse canalha) e o Presidente da Casa, Cezar Pelluzo, queriam derrubar a lei. Sustentaram, defenderam com unhas e dentes que a lei era Inconstitucional. Sabe o que isso iria significar? A lei não iria valer nem pra esta e nem pra eleição alguma. Cogitaram fazer isso com uma lei advinda do povo. A pergunta que não quer calar: será que esses ministros contratariam corruptos para cuidar da contabilidade, do caixa,  da empresa deles?


Aliás, o povo - na concepção desses dois excelentíssimos Ministros - não deve ser levado em consideração nos julgamentos. O clamor do povo, lembrado por Aires Brito e Joaquim Barbosa, deve ser mantido fora das paredes daquele tribunal, segundo Gilmar Mendes. Como se o STF estivesse acima de toda uma nação. Afirmo: Nem o STF e nem mesmo a Constituição está acima do povo. Um povo vive sem constituição, ao passo que a constituição não possui efeito algum se não houver o povo para ela reger. Mas, mesmo assim, os protetores desses surrupadores desconsideram a vontade do povo, a qual eles deveriam proteger acima de qualquer interesse privado, ainda mais de imorais.


É por isso que digo aqui que a minha esperança nos políticos e no judiciário deste pais morreu. Não vejo luz no fim do túnel, não vejo solução, salvação. Estamos perdidos e não temos a quem recorrer. O que nos parece é que o certo é roubar, confundir o público com o privado. Só assim a pessoa tem total proteção. O errado é o certo e o certo nem existe.

20 de set. de 2010

Ressaca Moral

Hoje, segunda-feira, como todas as outras, parei para pensar um pouco sobre o estado de coisas que paira em mim. A angústia me bate e é sempre nesse dia, religiosamente. Fico pensando no que eu deveria ter feito na semana passada e o que não fiz. Por vezes, penso também no que fiz em excesso no fim de semana.



É que na segunda-feira bate uma certa solidão, mesmo quando se está rodeado de pessoas. Estranho, mas acontece: solidão em meio a vários amigos. É geralmente nesse dia que pensamos no que vamos fazer dali pra frente. Programo-me, juro para mim mesmo que vou voltar a estudar em alto nível, como antes, que vou ler mais, que vou fazer mais por todos ao meu redor, sobretudo, à minha família, que vou levar as coisas mais a sério, que vou despendiar menos dinheiro em besteiras passageiras.


Mas ao mesmo tempo, penso que a vida tem de ser vivida a cada segundo, sem questionar-me tanto no que é certo ou no que é errado. Ao pensar assim, lembro-me dos amigos, dos que estão vivos e dos que se foram. É ao pensar nos que se foram, de forma banal às vezes, que bate até um certo alívio na minha mente e o EGO parece se deitar em paz e aí me deixa em paz também. Quando lembro deles, vejo que a vida tem de ser realmente vivida, em toda sua extensão, da melhor maneira possível, de forma exarcebada e em toda sua plenitude.


É na segunda que me bate a tal ‘ressaca moral’ e fica martelando na minha cabeça. É na segunda que procuro escutar o que eu realmente gosto, Radiohead, Legião, para desinfetar-me das porcarias que entraram nos meus tímpanos na sexta, no sábado e no domingo. O livro abandonado, leitura densa, 100 anos de solidão, Gabriel Garcia Marques, volta às minhas mãos nesse dia e caio no universo do fantástico, que é emblemático desse autor.

Penso que a segunda nem poderia existir. Entretanto, ao pensar assim, levo-me ao raciocínio de que se não existisse segundas-feiras o dia da ressaca moral seria as terças. Não me dói as cobranças dos outros, elas me servem para me dar um norte do que está acontecendo, mas não as levo a sério ao ponto de me martirizar, afinal de contas a noção do que é certo e errado eu a tenho.


Espero que chegue logo o próximo fim de semana, para eu me deleitar novamente nas porcarias mundanas corriqueiras.

13 de set. de 2010

I had a dream...

Sempre me recordo de quando estava numa roda, trocando aquela boa conversa com os amigos, e aí acabava o assunto. Sem assunto, já era de praxe alguém falar o seguinte: “rapaz, ontem eu tive um ‘cabuloso’, sonhei que...”

Quando alguém falava de sonhos cabulosos que teve, bastava um começar para que todos trocassem a mesma experiência. E aí assunto não acabava nunca mais. E era cada tipo de sonho inimaginável: “sonhei com uma nave espacial”, “sonhei que um avião caia lá na 8”, “sonhei com uma abelha gigante voando atrás de mim”...(risos).

Já que acabou o assunto e eu já não escrevo há um bom tempo no meu blog, vou compartilhar com vocês, senhores leitores, um sonho que tive ontem. Algo interessante, talvez vocês já conheçam a história.

I had a dream que, num momento de até uma certa paz no mundo, já que os conflitos entre ocidente e oriente são cada vez mais cotidianos, estava tudo nos conformes. A grande potência daquela época, os EUA, tinha retirada a sua tropa do Iraque – país invadido e saqueado injustamente. No sonho, sonhei que o então presidente americano planejava construir uma mesquita ao lado do monumento em homenagem aos ataques do dia 11 de setembro. O intuito do presidente era tentar,de alguma forma, unir-se ao mundo islâmico, evitando assim guerras, ataques terroristas. Foi então que na certa paz do mundo apareceu um pastor, que aqui nomearei de Pastor Doido.

O Pastor Doido, sem ter o que fazer, resolveu cutucar onça com vara curta. O pior que conseguiu. Sabe qual o problema do Pastor doido, caro leitor? É que ele acha que o povo islâmico é pacífico igual ao povo brasileiro, por exemplo. Por aqui, há quem chute imagens de Santos, ao vivo, na TV e nada acontece. Com o povo islâmico é diferente: povo combativo, eles não têm medo da morte. Partem logo para a guerra, seja com quem for, inclusive com a própria unipotência.

O sonho continou e o intuito do Pastor doido era tacar fogo no livro sagrado dos islâmicos: O Corão. Dizendo o Pastor doido que essa era uma forma de protestar contra a idéia de Obama – Presidente dos EUA – de construir a tal mesquita. Bastou o pastor ameaçar a prosseguir com a idéia maluca que o mundo virou um rebuliço. Percebendo a desordem, o Presidente se viu obrigado a interferir. Ligou para o Pastor doido e disse:

Obama: My son is crazy?
Tradução: meu fi é doido?

Pastor Doido: No.
Tradução: Não! (aqui ele mentiu...é doido)

Obama: So do not screw it up, please!
Tradução: então não estrague tudo, por favor!

Foi então, diante da gravidade do assunto e vendo a merda que iria cometer, que o Pastor doido resolveu, para o bem de todos e para felicidade geral da nação, não dar proceguimento aos planos de queimar livros sagrados por aí. Mesmo assim, tirando minhas conclusões do sonho, cheguei ao seguinte resultado: era só uma igreja pobre, no interior dos Estados Unidos, querendo angariar fiéis. Dessa forma, o Pastor doido conseguiu o que ele queria de verdade, conseguiu, além dos 15 minutos de fama, arrebanhar mais um cadin de pessoas...e dinheiro, é claro!

Espero ter sido apenas um sonho mesmo...

Flávio Rossi

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Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire