Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







30 de abr. de 2014

O Atentado ao Riocentro e a Paranoia Comunista

Caros amigos, talvez parte de vocês não saiba exatamente o que foi o famigerável "atentado ao Riocentro" e quais seriam suas consequências, caso desse certo. Eu explico. 

Grosso modo, o atentado ao Riocentro foi uma ação orquestrada pelo nosso querido Exército brasileiro, juntamente com o SNI - Serviço Nacional de Informação -, hoje com o nome de ABIN, com o intuito de retardar o processo de redemocratização ao qual o País estava submetido à época. O plano - mal orquestrado - era estourar bombas dentro do pavilhão, onde aconteciam shows do DIA DO TRABALHADOR. Acontece que - por sorte do destino – os artefatos explodiram antes do seu destino final, no colo de um sargento e de um capitão, que o transportavam dentro de um carro. O sargento morreu e o Capitão hoje é coronel e PROFESSOR no Colégio Militar de Brasília. Digo sorte do destino, porque morreu apenas um em lugar de dezenas ou centenas, que se encontravam reunidos no local em que se comemorava a data. 

O plano das duas Instituições era explodir as bombas para colocar a culpa em quem eles chamavam de COMUNISTAS e - assim - conseguir apoio da população e justificar a perpetuação no poder. Já pararam para pensar o que aconteceria se o plano desse certo? Primeiramente, seria um filme de terror e pânico. E será que eles conseguiriam o apoio? Certamente, pois a tática era justamente "tocar o terror", culpar quem não tinha nada a ver com o fato e ficar mais alguns tempos com seus "mandos e desmandos", retardando ainda mais a nossa democracia atual. Era o jogo da PARANOIA COMUNISTA.


Exatamente 33 anos após esse fato, pois ele aconteceu em 1981 (a data é simbólica), há quem use a rede para espalhar o mesmo terror. Não com bombas, por enquanto, mas com palavras esvaídas de sentido. Comumente, vejo pessoas estudadas postarem em suas páginas que a culpa de todos os males do Brasil é de um suposto comunismo e, portanto, comunistas. E, geralmente, estas mesmas pessoas pedem a volta dos militares ao poder, assim como fizeram os civis de outrora que - enganadamente - também pediram uma intervenção dos militares, para depois se arrependerem. E o pior: tenho percebido uma certa PARANOIA nesse sentido. Há o apoio de um grupo pessoas para acabar, pelo visto, com a DEMOCRACIA e, portanto, com a própria liberdade e esse apoio tem ganhado cada vez mais adeptos, como num efeito cascata. A liberdade pressupõe não só o direito de ir e vir, mas o de ficar, o de se expressar, o de direito a um julgamento justo, feito por tribunais e juízes imparciais, com o devido processo legal. A liberdade dá  - sobretudo- o direito ao voto, que (não faz muito tempo) era-nos negado. 


A ditadura militar não agregou valor algum a este país, ao contrário do que dizem os paranoicos. Ela era revestida de uma capa VERDE que escondia todos os seus males e imperfeições. Nela, havia corrupção tanto quanto hoje, amplificada ainda mais pelo impedimento de fiscalização de órgãos externos, como os Tribunais de Conta e Ministérios Públicos. Ela própria era violenta, fazendo desaparecer pessoas que se manifestavam contra. Há até hoje pessoas, cuja família não sabe seu paradeiro.


Na verdade, a ditadura só serviu para atrasar em pelo menos 30 anos a nossa democracia, que hoje poderia estar bem mais fortalecida. Quanto à parte boa dela, eu não vejo, visto que um povo sem LIBERDADE não é nada, ninguém.

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire