Caros
amigos, talvez parte de vocês não saiba exatamente o que foi o famigerável
"atentado ao Riocentro" e quais seriam suas consequências, caso desse certo. Eu explico.
Grosso modo, o atentado ao Riocentro foi uma ação orquestrada pelo nosso querido Exército
brasileiro, juntamente com o SNI - Serviço Nacional de Informação -, hoje com o
nome de ABIN, com o intuito de retardar o processo de redemocratização ao qual o
País estava submetido à época. O plano - mal orquestrado - era estourar bombas
dentro do pavilhão, onde aconteciam shows do DIA DO TRABALHADOR. Acontece que -
por sorte do destino – os artefatos explodiram antes do seu destino final, no
colo de um sargento e de um capitão, que o transportavam dentro de um carro. O
sargento morreu e o Capitão hoje é coronel e PROFESSOR no Colégio Militar de
Brasília. Digo sorte do destino, porque morreu apenas um em lugar de dezenas ou
centenas, que se encontravam reunidos no local em que se comemorava a data.
O plano das
duas Instituições era explodir as bombas para colocar a culpa em quem eles
chamavam de COMUNISTAS e - assim - conseguir apoio da população e justificar a
perpetuação no poder. Já pararam para pensar o que aconteceria se o plano desse
certo? Primeiramente, seria um filme de terror e pânico. E será que eles
conseguiriam o apoio? Certamente, pois a tática era justamente "tocar o
terror", culpar quem não tinha nada a ver com o fato e ficar mais alguns
tempos com seus "mandos e desmandos", retardando ainda mais a nossa
democracia atual. Era o jogo da PARANOIA COMUNISTA.
Exatamente
33 anos após esse fato, pois ele aconteceu em 1981 (a data é simbólica), há
quem use a rede para espalhar o mesmo terror. Não com bombas, por enquanto, mas
com palavras esvaídas de sentido. Comumente, vejo pessoas estudadas postarem em
suas páginas que a culpa de todos os males do Brasil é de um suposto comunismo
e, portanto, comunistas. E, geralmente, estas mesmas pessoas pedem
a volta dos militares ao poder, assim como fizeram os civis de outrora que -
enganadamente - também pediram uma intervenção dos militares, para depois se
arrependerem. E o pior: tenho percebido uma certa PARANOIA nesse sentido. Há o apoio
de um grupo pessoas para acabar, pelo visto, com a DEMOCRACIA e, portanto, com
a própria liberdade e esse apoio tem ganhado cada vez mais adeptos, como num
efeito cascata. A liberdade pressupõe não só o direito de ir e vir, mas o de
ficar, o de se expressar, o de direito a um julgamento justo, feito por
tribunais e juízes imparciais, com o devido processo legal. A
liberdade dá - sobretudo- o direito ao voto, que (não faz muito tempo) era-nos negado.
A
ditadura militar não agregou valor algum a este país, ao contrário do que dizem
os paranoicos. Ela era revestida de uma capa VERDE que escondia todos os seus
males e imperfeições. Nela, havia corrupção tanto quanto hoje, amplificada
ainda mais pelo impedimento de fiscalização de órgãos externos, como os
Tribunais de Conta e Ministérios Públicos. Ela própria era violenta, fazendo
desaparecer pessoas que se manifestavam contra. Há até hoje pessoas, cuja
família não sabe seu paradeiro.
Na
verdade, a ditadura só serviu para atrasar em pelo menos 30 anos a nossa
democracia, que hoje poderia estar bem mais fortalecida. Quanto à parte boa
dela, eu não vejo, visto que um povo sem LIBERDADE não é nada, ninguém.