Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







29 de nov. de 2010

O Braço Direito do Narcotráfico.

Depois do desmantelamento de alguns pontos do Narcotráfico no Rio de Janeiro, a sociedade vem-se perguntando de onde surgiram tantas drogas – são toneladas e toneladas – e de onde surgiram tantas armas de grosso calibre. Certamente, a resposta está na ponta da língua: o problema são nossas fronteiras. Fora essa consideração, importante até, há outros pontos que devemos começar a discutir. No outro texto, falei, por exemplo, dos usuários. Para mim, eles são o braço esquerdo, tronco e pernas do tráfico por pura e simplesmente despender dinheiro direto na mão dos bandidos.

Um outro problema a ser resolvido é a pirataria. Temos de ter a consciência de que comprar um CD ou um DVD pirata é ajudar diretamente para o contrabando e indiretamente para o narcotráfico: há aqui uma lavagem de dinheiro em proporções gigantescas por parte dos traficantes.

Por outro lado, sem hipocrisia alguma, sei o quanto é caro exercitar a cultura neste país. Não é fácil para um pai de família, com 4 filhos para criar, levá-los todos eles juntamente com a esposa para o cinema. Ir ao cinema, com a namorada, só com ela, não custa menos que R$ 70,00, isso com as entradas e com a pipoca – que custa tanto quanto uns 3 sacos de arroz. Imagine a situação desse pai que ganha um salário mínimo. Como ele fará para saciar a vontade de todos os filhos que o chama para ir assistir ao Avatar 3D, ao Tropa de Elite 2 ou a qualquer outro filme em cartaz? Essa família está (sem dúvida) cerceada de exercitar a cultura, a não ser que ele vá à esquina e compre o Avatar 3D por apenas R$ 5,00. É aqui o cerne da questão. O que fazer então?

Sem utopia alguma. O Ministério da Cultura e as secretarias de cultura estão aí é para isso, para dirimir problemas dessa natureza. Firmar parcerias entre os vários estúdios de filmes nacionais e internacionais para o fornecimento de cópias de filmes mais baratos. Construir cinemas populares, com a entrada simbólica, para a população. Vejam bem! Construir cinemas populares não significa deixar o cidadão a mercê de sol e chuva. O cidadão tem de ter o melhor. Uma outra possibilidade: organizar sala de cinema dentro de cada escola pública e passar nessas salas filmes em cartaz. Já imaginaram o quanto isso resolveria o problema, o estudante assistir dentro do colégio filmes em cartaz? Com certeza ele não gastaria dinheiro com filmes piratas, por já o ter visto. É claro que esses filmes devem servir para haver uma interdisciplinaridade. Eles não seriam apresentados gratuitamente e a troco de nada. Com o Avatar, por exemplo, poderia se trabalhar questões ecológicas e de meio-ambiente. Com Tropa de Elite, abordar questões sobre as drogas, sobre o bem e o mal, sobre corrupção, linguagem, fator histórico, geografia.

Construir cinemas populares dentro e fora da sala de aula não é utopia, é perfeitamente possível, caso haja política pública séria voltada para este campo. Quanto aos CD’s, que são caríssimos, o governo podia começar em cortar tributos a fim de barateá-los.

Ajudar a pirataria é ser o braço direito do narcotráfico. Sei que 80% cidadãos ajudam-no. Inclusive eu e o próprio governo que não faz nada.

25 de nov. de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo.

Foi-se o tempo em que Gilberto Gil podia cantar o verso que diz que “O Rio de Janeiro continua lindo” sem se sentir constrangido, creio. Não que o Rio de Janeiro tenha perdido sua beleza natural, mas o que salta as vistas de todo o país é o fato de a cidade não ser, nem de longe, maravilhosa.

As imagens captadas pelas redes de TV são claras: estamos em guerra. Tão em guerra que a desordem aqui chega a ser mais densa, mais trágica do quem em países em plena guerra civil, como o Haiti.

Tanques da força naval subindo o morro, passando por cima de carros em chamas, anunciam o que a população brasileira pode esperar em poucos dias: uma hecatombe. E de cá fica sempre a esperança de que o lado bom vencerá e de que tudo terminará bem, mesmo que para isso tenhamos de ver corpos e corpos espalhados pelo chão. Mas...qual o lado bom mesmo?


Enfim, uma ação conjunta dos governos federal e estadual foi posta em prática. Era esse o clamor de uma população ávida de justiça desde a inauguração das ocupações dos morros, muito bem retratada no filme Cidade de Deus. São mais de 30 anos de descaso do poder público, que nunca imaginou que aqueles favelados ousariam um dia ir para o asfalto (linguagem deles) para atacar justamente a burguesia. Foi só quando a elite percebeu que a coisa estava tomando proporções inesperadas que começou então a se tentar fazer políticas públicas voltadas para o combate do crime organizado: se, por ventura, os marginais não tivessem atacado a burguesia, esse assunto não seria também retratado na televisão e nem estaria em pauta. Podem ter certeza disso.

O fato é que só a ocupação do morro, pelas Unidades Pacificadoras, não resolverão o assunto. Instalar posto policial transmite segurança, mas não ajuda a recuperar a dignidade da população local. É preciso muito mais que força policial, faz-se necessário, juntamente com as UPP’s, a instalação (acima de tudo) de escolas e de hospitais e junto com eles profissionais qualificados. Faz-se necessário a criação de postos de empregos para a inclusão das pessoas que ali moram. Faz-se necessário saneamento básico. Faz-se necessário uma limpeza dentro do próprio governo para prender os corruptos que estão infiltrados nele.

O noticiário, que se fala hoje nas várias mídias, vende-nos a idéia de que a culpa é somente dos traficantes que estão ali, quando na verdade é um conjunto de malfeitorias como, por exemplo, a própria omissão dos políticos, a falta de segurança nas fronteiras deste país – não faz duas semanas que dois Policiais Federais foram mortos no Rio Solimões por traficantes estrangeiros, essas mortes não mereceram destaque na TV. Além do mais, necessita-se inicializar uma discussão pública, entre os vários setores da sociedade, a cerca da legalização de algumas drogas ilícitas e discutir também o fato de haver muitos usuários em circulação: quem alimenta o tráfico, quem financia-o é justamente o usuário, o doente. O problema é de saúde pública também.

Legalizar drogas é tema polêmico, mas adianto aqui que isso quebraria as pernas do tráfico, portanto seria uma solução viável. Fora isso, começar a internar quem se encontra viciado, porque lugar de doente é no hospital, isolado.

10 de nov. de 2010

Juras de não sumir...

Ei! Jura a mim que não mais vai sumir:
Sumir da minha vida, sumir da minha amizade.

Jura-me que não sumirá da embriaguez que tenho por ti,
Pela tua face.

Jura-me que nada no mundo te afastarás de mim,
Nem mesmo uma má fase.

Jura-me que me ligarás quando sentires saudades,
E, sobretudo, na vontade.

Jura-me não me abandonar, no relento, na estação,
Num momento covarde.

Jura-me. Porque juro para ti
que a próxima vez que eu sumi
eu levo-te. Levo-te para o coração,
por paixão, para posteridade.

Por favor,
Leve-me pra sumir contigo, só não suma de mim,
Por bondade, por amizade, para eternidade.














1 de nov. de 2010

33% de Ignorantes: número alto não, altíssimo!

Há um velho ditado que diz que “cada povo tem o político que merece”. Por um instante, achei que o tal ditado iria se concretizar por aqui. E as chances disso acontecer foram grandes, apesar de no segundo turno, termos uma candidata totalmente despreparada para assumir um cargo tão importante. Garanto-vos que Brasília não merecia tal castigo.

É de dar arrepios. Não me é concebível que uma candidata que não saiba se expor, que não saiba articular nem mesmo um minuto só de palavras, tenha ido para disputa de um segundo turno. A que ponto chegamos quando o campo é política? Não que eu queira aqui proteger o candidato que se sagrou vencedor, mas é que não me entra na cabeça o fato de tal candidata, figura totalmente caricata, ter ido tão longe.


Quem é o mais ignorante, a candidata ou o eleitor que votou nela? Deixa que eu respondo: o eleitor. Quem vota em candidato que não tem projetos, que não sabe o mínimo de política, que não sabe sobre gestão pública é mais ignorante do que aquele que pede os votos. Quem vota em uma candidata como a Weslian Roriz, vota também no tiririca ou até mesmo num macaco. E quem vota nesses três, não vota em favor de uma política voltada pra todos; vota em si, com a finalidade mesma de ganhar um lote aqui, uma dentadura ali. Vota em favor da desordem, da invasão de terras públicas, vota em favor de se construir pontes milionárias (monumentos) que em nada favorece 90% da população da cidade, dinheiro desviado da saúde pública para satisfazer o EGO dos avantajados moradores dos Lagos Sul e Norte. Quem votou nela, vota em favor do puro coronelismo, vota em favor do voto do cabresto, vota em favor das capitanias hereditárias.


Ignorância nada tem a ver com humildade. A pessoa pode ser desprovida de bens, pode ser singela, pobre, mas isso não se confunde com ignorância. Ignorante é o estado de quem não tem conhecimento de causa, de quem é estúpido, de quem (na linguagem mais baixa e esdrúxula) é burro.


Em pensar que 33% do eleitorado do DF votou em tal candidata, reforço-me da idéia de que tem de haver um investimento maciço na educação, pois é repugnante termos na Capital da República um número tão alto de ignorantes. 33% dos eleitores daqui votaram em transformar a capital no curral das fazendas de Roriz.  Graças a Deus não fui transformado em um ruminante, foi por pouco.

Flávio Rossi

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Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire