Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







6 de mai. de 2014

Bem vindos à Idade Média!

Caros amigos, ultimamente, temos vistos vários vídeos nas redes sociais de linchamentos. Não saberia informar exatamente se essas barbáries realmente aumentaram nos dias atuais ou se os indivíduos passaram a filmar mais as cenas, devido à democratização da tecnologia: hoje, grande parte da população possui um celular com recursos que dão acesso desde a filmagem e até a postagem na internet. Contudo, o que de fato assusta é o apoio, via rede social, a esses tipos de crime. 

Se por um lado a democratização da tecnologia serviu para encurtar fronteiras, ampliar horizontes e aguçar o aprendizado, por outro ela amplificou o embrutecimento da população e a descrença no poder público, devido- justamente - ao acesso à informação. A consequência disso é a volta à idade média da caça às bruxas. 

Foucault escreveu uma obra que retrata muito bem a nossa sociedade: "Vigiar e Punir". Ela é o relato da evolução das penas, desde a lei de talião, até as prisões como as conhecemos. Logo no começo, o livro retrata como as pessoas eram punidas na antiga França, com uma cena em que um condenado teve as pernas e os braços amarrados a quatro cavalos que, chicoteados, faziam forças extremas em sentido contrários até que seus membros fossem amputados.

No Brasil, não tem sido diferente. Comumente, temos usado a lei de talião para saciar as nossas cede de vingança. E nesse sentido, vemos vídeos que vão do algemar o meliante pelo pescoço em um porte de luz - no meio da avenida - ao caso da dona de casa e mãe, Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, espancada até a morte, depois de ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças, que as usavam para fazer ritual de magia negra. A suposta sequestradora tinha tido o seu retrato falado postado na rede social. O caso aconteceu em Guarujá, mesmo local em que um casal foi pego - mês passado - e teve o corpo todo pintado com tinta preta de spray, depois que foram acusados - pelos locais - de ter pichado uma pedra na praia daquele município. 

Nos 3 casos relatados, as pessoas deveriam ser conduzidas à delegacia, para que houvesse o devido processo legal. Contudo, sem considerar quem estava certo ou errado, resolveu-se aplicar da Lei de Talião (olho por olho, dente por dente), o que nos leva a um retrocesso histórico e também ao mais alto grau de incivilidade já posta.

Espancar a pau e pedra, socos e pontapés não nos faz um país moderno no mesmo grau dos avanços tecnológicos. Pelo contrário, alerta-nos no sentido de que quem espanca tem acesso à tecnologia e, por consequência, à informação. E são justamente essas pessoas, com até um certo grau de estudo, que levanta o porrete e dá força à nossa gloriosa volta à Idade Média. Sejamos, então, todos bem-vindos ao mediavalismo. Na lei da selva, não sobrará pedra sobre pedra.



30 de abr. de 2014

O Atentado ao Riocentro e a Paranoia Comunista

Caros amigos, talvez parte de vocês não saiba exatamente o que foi o famigerável "atentado ao Riocentro" e quais seriam suas consequências, caso desse certo. Eu explico. 

Grosso modo, o atentado ao Riocentro foi uma ação orquestrada pelo nosso querido Exército brasileiro, juntamente com o SNI - Serviço Nacional de Informação -, hoje com o nome de ABIN, com o intuito de retardar o processo de redemocratização ao qual o País estava submetido à época. O plano - mal orquestrado - era estourar bombas dentro do pavilhão, onde aconteciam shows do DIA DO TRABALHADOR. Acontece que - por sorte do destino – os artefatos explodiram antes do seu destino final, no colo de um sargento e de um capitão, que o transportavam dentro de um carro. O sargento morreu e o Capitão hoje é coronel e PROFESSOR no Colégio Militar de Brasília. Digo sorte do destino, porque morreu apenas um em lugar de dezenas ou centenas, que se encontravam reunidos no local em que se comemorava a data. 

O plano das duas Instituições era explodir as bombas para colocar a culpa em quem eles chamavam de COMUNISTAS e - assim - conseguir apoio da população e justificar a perpetuação no poder. Já pararam para pensar o que aconteceria se o plano desse certo? Primeiramente, seria um filme de terror e pânico. E será que eles conseguiriam o apoio? Certamente, pois a tática era justamente "tocar o terror", culpar quem não tinha nada a ver com o fato e ficar mais alguns tempos com seus "mandos e desmandos", retardando ainda mais a nossa democracia atual. Era o jogo da PARANOIA COMUNISTA.


Exatamente 33 anos após esse fato, pois ele aconteceu em 1981 (a data é simbólica), há quem use a rede para espalhar o mesmo terror. Não com bombas, por enquanto, mas com palavras esvaídas de sentido. Comumente, vejo pessoas estudadas postarem em suas páginas que a culpa de todos os males do Brasil é de um suposto comunismo e, portanto, comunistas. E, geralmente, estas mesmas pessoas pedem a volta dos militares ao poder, assim como fizeram os civis de outrora que - enganadamente - também pediram uma intervenção dos militares, para depois se arrependerem. E o pior: tenho percebido uma certa PARANOIA nesse sentido. Há o apoio de um grupo pessoas para acabar, pelo visto, com a DEMOCRACIA e, portanto, com a própria liberdade e esse apoio tem ganhado cada vez mais adeptos, como num efeito cascata. A liberdade pressupõe não só o direito de ir e vir, mas o de ficar, o de se expressar, o de direito a um julgamento justo, feito por tribunais e juízes imparciais, com o devido processo legal. A liberdade dá  - sobretudo- o direito ao voto, que (não faz muito tempo) era-nos negado. 


A ditadura militar não agregou valor algum a este país, ao contrário do que dizem os paranoicos. Ela era revestida de uma capa VERDE que escondia todos os seus males e imperfeições. Nela, havia corrupção tanto quanto hoje, amplificada ainda mais pelo impedimento de fiscalização de órgãos externos, como os Tribunais de Conta e Ministérios Públicos. Ela própria era violenta, fazendo desaparecer pessoas que se manifestavam contra. Há até hoje pessoas, cuja família não sabe seu paradeiro.


Na verdade, a ditadura só serviu para atrasar em pelo menos 30 anos a nossa democracia, que hoje poderia estar bem mais fortalecida. Quanto à parte boa dela, eu não vejo, visto que um povo sem LIBERDADE não é nada, ninguém.

16 de jan. de 2014

Nos meus 36, parabéns para vocês, Amigos!

O que faz você feliz? Talvez um carro, uma casa ou os dois. Um namorado, uma namorada ou até mesmo a certeza de que está sozinho é melhor que com alguém que possa te magoar futuramente. Talvez o que faça você feliz seja a expectativa de ser nomeado em concurso público ou uma simples recolocação no mercado de trabalho. Ou um  “bom dia” do filho, ou da filha, palavras de afeto de quem você cuidou a vida toda e agora te retribui com truculências. Ou ter um cachorro, ou um gato, tanto faz. Ler um livro, escutar boas músicas. Deitar-se na sua cama ou o colo de seus pais. O que faz você feliz é o fato de que coisas simples ou não te fazem feliz, independentemente do valor.


No auge dos meus 36 anos, ainda não sei bem ao certo o que me faz feliz, afinal de contas nada do que planejei outrora se realizou. Desejei, quando chegasse a esta idade, coisas totalmente diferentes para minha vida, mas – infelizmente – até agora não fui capaz de realizá-las. E o pior: às vezes, tenho a impressão de regredir a cada ano. Se por um lado, há essa tristeza em olhar pra trás e ver que não deixei ainda quase nenhum legado; por outro, há a certeza de que dias melhores virão, pois “a evolução não dá saltos”. E, se a vida insiste em me dar pancadas na moleira, eu insisto em levantar a cabeça, mais um dia, sempre em frente, a fim de resistir aos percalços que ela me prepara, como se fosse uma maldição laboriosa.



Como nunca é tarde para recomeçar, recomeçarei (do zero - se preciso for), mas recomeçarei, mais uma vez e quantas forem necessárias. E, se as circunstâncias da vida insistem em querer me ajoelhar, há sempre a certeza de que bons amigos estarão ao meu lado, como hoje, como foi ontem e anteontem, como será para posteridade. As amizades são meu único legado até então e é nesse sentido que eu vos digo: Parabéns a vocês. Vocês quem merecem minhas felicitações e eu sou eternamente agradecido pela amizade retribuída. 

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire