Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







8 de dez. de 2011

Só no Brasil mesmo!

Temos uma cultura peculiar. Esquecemos facilmente de acontecimentos que não deveriam ser esquecidos nunca e, consequência disso, por vezes inimigo vira herói. Considero vilão todo aquele que de alguma forma fez mal a esta sociedade.

Crimes de traição deveriam ser severamente penalizados. Não consigo conceber um político desviando verba e, depois de alguns anos de afastamento, sendo eleito novamente justamente por meio de votos dos próprios prejudicados. É nesse sentido e também baseado em outros casos que sustento que o inimigo virou herói. Sim, eu não entregaria às mãos de Joaquim Roriz, do Arruda, da Jaqueline Roriz, do Benício (“se amarra” em um turismo sexual no norte do país), do Brunelli (à base da reza, abençoa dinheiro de propina), do Prudente (tem o costume de esconder dinheiro na meia) o meu futuro. Mas há quem o entregue: votar em que já te roubou é ratificar as más condutas do larápio. Não costumo transfigurar o ladrão no herói, exceto no caso do “Hobin Hood”. É batata, eles voltarão!

Ao meu ver, desvio de dinheiro público (roubo, no popular) precisa ser tratado igual a um CRIME DOLOSO CONTRA VIDA. Nesse caso, seria um delito que iria parar no Tribunal do Júri, para a própria população condenar ou não. Pense bem: o “cidadão” desvia o dinheiro que deveria ir para saúde, para os hospitais e constrói uma ponte. O paciente chega à emergência e não consegue medicamento e muito menos atendimento. Morre. O que houve aí foi um crime doloso contra vida. O governante teve a intenção ou assumiu o risco de matar, quando desviou dinheiro destinado à saúde. Aqui, citei o caso de apenas uma pessoa. Todos os dias morrem aos montes. A emergência do Hospital de Base lembra o “umbral”. O cheiro é de sangue.

Um outro caso que deveria ser considerado no mínimo uma traição foi o que a Rede Globo de Televisão fez em 1989: manipulou o debate entre o Lula e Collor. A perfídia serviu para eleger o agora Senador para Presidente da República. Mais tarde, já Presidente, Collor confiscou o dinheiro de todas poupanças, o que acabou causando vários suicídios daqueles que tinham guardado o seus recursos no banco. Imagine que você tivesse vendido sua casa, o único bem que tinha, e tivesse deixado o dinheiro no banco à procura de outra. Daí, por meio de uma medida presidencial, ele some. O que você faria? A traição aqui não foi do Collor, ele foi apenas um governante paspalhão, a traição que digo foi da TV e de uma pessoa chamada José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – o Boni – chefão da TV Globo à época. Collor se elegeu por causa dele, pois Lula estava bem nas pesquisas.

O caso relatado acima era considerado até o mês passado uma teoria da conspiração, mas o Boni nos fez o favor de declarar, em um programa da “Globo News”, detalhes da manipulação. Essa pessoa - que mudou a história do Brasil, que burlou a Democracia, que atrasou em pelo menos 20 anos a eleição de Lula - é o herói do momento. O que ele e a Rede Globo fizeram é no mínimo caso de polícia: na Venezuela, um fato parecido, também de traição, acabou por encerrar a concessão pública de uma rede de TV daquele país. Só no Brasil homens vis, reles e ordinários são vangloriados por políticos, artistas, empresário e celebridades. Só no Brasil, Canalhas distribuem autógrafos na sua autobiografia para uma fila imensa de leitores, como se heróis fossem.

Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire