Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







22 de mai. de 2011

Erro de Ignorantes

Não sei se o leitor está sabendo da nova polêmica causada pelos jornalistas. Trata-se de um livro distribuído pelo MEC que considera a linguagem e suas adaptações fora da dita norma CULTA. Norma culta é aquela pregada, amparada pela gramática. CULTA não leva em consideração os regionalismos, os dialetos, as adaptações, as variações da língua. Culto não é o morador do interior do nordeste, o goiano e seu linguajar peculiar, aquele lá do interior de minas, o sertanejo, o caipira... CULTO é a elite.


O livro em questão é o “Por Uma Vida Melhor”. Para os autores do livro (frisa-se, TODOS PROFESSORES DA ÁREA DE PORTUGUÊS, ESPECIALISTAS EM LINGUÍSTICA, portanto preparados para o assunto), uma construção como “os cara saiu” não é errada. Isso porque a lingüística e o mote de seu estudo não consideram a linguagem certa ou errada, como estão apregoando alguns jornalistas - reverberado em efeito manada por mais um tanto de “sem conhecimento de causa”, inclusive alguns políticos (entre eles o Senador Cristovam Buarque) e a colunista do Correio Braziliense Maria Paula, aquela mesma do programa cômico Casseta e Planeta. Abre aspas: os jornalistas são uma categoria que acha que tudo sabe e que tudo entende. Crêem ser, na verdade, os deuses e semideuses da informação, mesmo que a informação que eles passem esteja errada e mesmo que eles não tenham lido nada sobre assunto. Fecha aspas.


Voltando! Não existe uma linguagem certa ou errada, existem adaptações da língua. O livro – como vêm publicando os deuses e semideuses da informação – não ensina o aluno e a população a falar errado. A obra diz que, quando se fala “os caras saiu”, a informação foi passada e entendida e que, apesar da falta de concordâncias, a construção não deve ser desconsiderada. Isso porque da informação subtende-se que “mais de uma pessoa saiu” e, naquele contexto, não se faz necessário falar “os caras saíram”. Isso é a mais pura verdade. O livro faz mais: diz que é a partir da construção dita “errada” que se deve ensinar a gramática. Deve-se, então, considerar a bagagem trazida do aluno. Será mesmo que algum jornalista desses já estudou sobre algo que fale em “considerar a bagagem trazida pelo aluno”? Creio que não.



É o erro do ignorante. E não há coisa mais chata que o ignorante que acha que está certo quando, na verdade, está errado. Na coluna do Correio Braziliense de hoje, 22/5/2001, Revista do Correio, a colunista Maria Paula em seu artigo intitulado “A educação sem noção” discorreu (sem maestria alguma, vale ressaltar) sobre assunto. Entre outros jargões daquele que escreve arrazoadamente e, geralmente, cai na vala comum, ou seja, não contribui em nada, falou das mudanças ocorridas em alta velocidade devido à internet. Mais tarde, relembrou um personagem cômico que ela entende muito bem, o Seu Craysson, que se expressava mal e tinha um estigma de "burro". Fechou o artigo e nada de somar algo: mais um grito de quem pega as informações no ar, opina sobre, mesmo sem entendê-la e a publica só porque tem acesso aos meios de comunicações e não porque a publicação trará alguma reflexão. Não custa nada ressaltar aqui que na 6ª linha do artigo escrito por ela, tem um trecho que diz “...facilitando o acesso a informação” (sic). “A educação sem noção mesmo é a falta da crase em “acesso à informação”. Percebam: é a defesa da gramática mesmo sem saber usá-la.


Defender a gramática a ferro e fogo, da forma como está sendo feito, é ignorar 95% da população. Isso porque a gramática não considera os regionalismos, os dialetos, as variações lingüísticas da maioria da população. Defender a gramática é excluir, é apartar, é separar, é desunir a maioria dos brasileiros, assim como é feito na distribuição de renda deste país. É ir mais longe: a forma mais significativo de se tutelar uma identidade é por meio da língua nacional. Ao dizer que fulano não sabe sua língua por conta de APENAS uma concordância, tira-se a identidade da pessoa. Deve-se ensinar a gramática sim a fim de que todos estejam preparadas para os percalços da vida, como um vestibular e um concurso público, contudo isso deve ser feito considerando, acolhendo o aluno e não impondo a ele que ele fala “errado”. Lembro que o maior Presidente que já esteve neste Planalto Central não falava o português “culto”. Muito pelo contrário, falava o português popular, que tanto incomodava a elite deste país.


Palavras de um professor de português.

17 de mai. de 2011

Sobre Socos e Pontapés II

- Eu me lembro de estar dentro de uma boate e de ter ficado com uma garota. Saí de lá, já era tarde, umas 3 horas da madrugada. Comecei a caminhar em direção ao meu carro, que estava um pouco distante. Não me lembro muito bem. Ia na calçada, tinha um orelhão, fui no rumo dele. Um rapaz veio ao meu encontro e apontou o dedo para mim.


- Sim. Continue.


- Ele cerrou o pulso e começou a me agredir. Tentei me defender, porém chegaram mais três garotos, amigos dele. Deram-me socos e pontapés, eu tentei me defender. Mais socos e pontapés e eu tentando me defender, pois nada podia fazer contra 4 rapazes me batendo. Até que um deles sacou um canivete e o desferiu em mim. Caí. Transeuntes chegaram e apartaram. Os 4 garotos saíram correndo. Eu me levantei, caí ao chão novamente, estava sem forças. Um rapaz tentou me levantar. Levantei e caí novamente. Acordei e agora estou aqui. Onde estou?


- Calma, meu filho. O nome desta cidade aqui é o “Nosso lar”.


A estória adaptada acimai foi vista em rede nacional por quase todos os brasileiros. O assassinato do jovem em Santa Catarina casou comoção nacional, apesar de não ser mais novidade esse tipo de agressão em nossas “fatigadas retinas”(vale lembrar que os sulistas se acham os europeus no país emergente). Volto ao assunto publicado anteriormente, porque muita gente não compreendeu a mensagem que quis passar no texto anterior. Tentarei ser mais claro então.



Acredito que todos nós recebemos uma chance. E em que sentido falo isso? No sentido de que estamos no mundo para fazer uma passagem, mas não estamos a passeio. Recebemos a vida com o objetivo, com a finalidade de que tentemos melhorar – ou até mesmo pagar – alguma dívida de vidas passadas. Alinho-me com religiões, dessa forma, que acreditam na reencarnação, apesar de não professá-las.



No outro texto, falei que – apesar da evolução que tivemos – o que se presencia no momento é uma regressão acentuada. A tal evolução que houve fica por conta de não termos mais pessoas queimadas em fogueiras, não termos mais a escravidão como era há alguns tempos. A arena de gladiadores foi extinta, houve aqui uma adaptação para o que conhecemos hoje como esporte - apesar de acontecer digladiação vez ou outra, mesmo dentro de um contexto que contém regras a serem seguidas. É justamente nos gladiadores (contemporâneos) que fica a regressão: homens matando um outro a soco, pontapés e facada não é atitude de pessoas civilizadas e regidas por regras e direitos. Isso é coisa de gladiadores. É a lei de talião.



Em um livro que li, havia uma informação interessante que dizia que alguns nasciam com uma chance dada, mas que não aproveitavam a oportunidade para se redimir. É neste sentido que falo dos rapazes que espancaram o jovem até a morte. A impressão que dá é a de que, em vidas passadas, eles já faziam isso com outros, como gladiadores, e que não conseguiram se livrar do estigma. Ou seja, continuam, mesmo num mundo dotado de regras a serem seguidas, praticando delitos. E neste contexto, o livro continuava falando que daqui para frente as coisas tendem a piorar. Mais pessoas com intuito maligno virão, mas que pessoas do bem também aparecerão. Haverá assim dois pólos.



Ao olhar o contexto atual, não é muito difícil de perceber que estamos num mundo cada vez pior. Quem levantou uma espada ontem, hoje pode levantar uma faca. “Quem usava a chibata, agora pode usar até mesmo uma farda e engatilhar a macaca”. Resta aos de bem fazer o bem, sem olhar a quem.

13 de mai. de 2011

Sobre socos e pontapés.

Ao parar para pensar sobre a evolução do mundo e, sobretudo, das pessoas em si, indaguei-me sobre se está havendo ou se houve algum avanço de uns tempos para cá. Concluí que sim, que tivemos algum tipo de evolução, porém esta - principalmente a espiritual - ainda não é harmônica com se espera de pessoas conhecedora de si mesma.

Evoluímos. Basta pensar que não faz muito tempo, há 500 anos mais ou menos, pessoas eram queimadas em fogueiras porque emitiam opiniões certas. Mais próximo ainda, há cerca de 200 anos, negros eram escravizados, com ratificação papal vale lembrar, sobre a tutela de que não teríamos alma, portanto não éramos humanos. Evoluímos. Hoje não se fala mais em queimar pessoas vivas em fogueiras seja por qualquer tipo de crença defendida por ela e a escravidão – pelo menos nos moldes antigos – já não existe mais. Os tipos de servidão, subjugação, sujeição, servidão, cativeiro são outros. Não entrarei aqui no mérito da questão.



O que preocupa são os rumos que muitos têm tomado ultimamente. Quem já leu um pouco sobre qualquer tipo de religião sabe que o norte de todos que querem o bem é fazer o bem. É respeitar o próximo, é ter amor ao semelhante. O que nos inclina a praticar a maldade com a maior a facilidade enquanto que a bondade ficar em décimo plano? Juntam-se os amigos, adolescentes, vão para casas noturnas, bebem e, ao final, espancam e matam um rapaz também adolescente, na maior banalidade possível.



É como se estivéssemos regredindo. Habituamo-nos a assistir todos os dias a notícias de agressões praticadas por gangues. São jovens que atacam sem que haja qualquer tipo de provocação da outra parte. Chegam, com lâmpadas em mãos, e dão no rosto das pessoas, à mercê. O que pensar disso? O que pensar de um monte de torcedores levantando paus e pedras em um estádio, destruindo tudo e todos, e socos e pontapés, só porque o time deles foi rebaixado? Será que esses torcedores teriam a coragem de fazer uma simples manifestação contra o desvio de dinheiro público?



Vamos parar e pensar: quantos de nós já fizemos algum tipo de caridade? Por outro lado, quantos de nós já fomos a bares nos embriagar? Quantos de nós paramos e lemos 4 livros neste ano? E quantos de nós já nos prestamos a desordens? Parece que a inclinação para o mal é mais forte e mais fácil do que para o bem. Notaram?



O fato é que vai chegar a hora em que os do bem serão separados dos do mal. Sim! É esse o jogo, é o bem contra o mal. Em pólos diferentes, separados. E os do mal são os que se juntam para matar, para pregar preconceitos de qualquer espécie, para caluniar. Chegará a hora. Em que lado você está, o que quer para si?

11 de mai. de 2011

Sobre socos e pontapés.

Ao parar para pensar sobre a evolução do mundo e, sobretudo, das pessoas em si, indaguei-me sobre se está havendo ou se houve algum avanço de uns tempos para cá. Concluí que sim, que tivemos algum tipo de evolução, porém esta - principalmente a espiritual - ainda não é harmônica com se espera de pessoas conhecedora de si mesma.



Basta pensar que não faz muito tempo, há 500 anos mais ou menos, pessoas eram queimadas em fogueiras porque emitiam opiniões certas. Mais próximo ainda: negros eram escravizados, com ratificação papal vale lembrar, sobre a tutela de que não teríamos alma, portanto não éramos humanos. Evoluímos. Hoje não se fala mais em queimar pessoas vivas em fogueiras seja por qualquer tipo de crença defendida por ela e a escravidão – pelo menos nos moldes antigos – já não existe mais. Os tipos de servidão, subjugação, sujeição, servidão, cativeiro são outros. Não entrarei aqui no mérito da questão.



O que preocupa são os rumos que muitos têm tomado ultimamente. Quem já leu um pouco sobre qualquer tipo de religião sabe que o norte de todos que querem o bem é fazer o bem. É respeitar o próximo, é ter amor ao semelhante. O que nos inclina a praticar a maldade com a maior a facilidade enquanto que a bondade ficar em décimo plano? Juntam-se o amigo, adolescentes, vão para casas noturnas, bebem e, ao final, espancam e matam um rapaz também adolescente, na maior banalidade possível.



É como se estivéssemos regredindo. Habituamo-nos a assistir todos os dias a notícias de agressões praticadas por gangues. São jovens que atacam sem que haja qualquer tipo de provocação da outra parte. Chegam, com lâmpadas em mãos, e dão no rosto das pessoas, à mercê. O que pensar disso? O que pensar de um monte de torcedores levantando paus e pedras em um estádio, destruindo tudo e todos, e socos e pontapés, só porque o time deles foi rebaixado? Será que esses torcedores teriam a coragem de fazer uma simples manifestação contra o desvio de dinheiro público?



Vamos parar e pensar: quantos de nós já fizemos algum tipo de caridade? Por outro lado, quantos de nós já fomos a bares nos embriagar? Quantos de nós paramos e lemos 4 livros neste ano? E quantos de nós já nos prestamos a desordens? Parece que a inclinação para o mal é mais forte e mais fácil. Notaram?



O fato é que vai chegar a hora em que os do bem serão separados dos do mal. Sim! É esse o jogo, é o bem contra o mal. Em pólos diferentes, separados. E os do mal são os que se juntam para matar, para pregar preconceitos de qualquer espécie, para caluniar, para roubar, para qualquer tipo de infortúnio. Chegará a hora em que haverá a separação. Portanto, façam a sua escolha desde já. O que vocês querem para si?

Flávio Rossi

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Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire