Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







27 de abr. de 2011

Chegou a hora de pagar a dívida.

Que empresário algum injeta gratuitamente a cifra de R$ 120.000.000,00 (leia-se cento e vinte milhões de reais) em uma campanha Presidencial só para ver o seu candidato preferido ali, no posto mais alto do país, ganhando R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por mês, todo mundo sabe no mundo, no planeta e nas galáxias que não é só por isso. Há interesses. E eles são a certeza de que os R$ 120 (e vários zeros) gerarão o triplo, o quádruplo dos preciosos dividendos aplicados nas eleições. E isso num curto espaço temporal.



É pensando dessa forma e analisando os noticiários que cheguei à conclusão de que a Sra. Dilma Roussef, Presidenta desta Nação, começou a pagar o que ela deve. O retorno do investimento “doados” por todo o tipo de consórcio, sobretudo os empreiteiros, faz-se urgente. A Copa está aí e ninguém fez nada ainda.




Falar em Copa, o risco de fiasco é iminente. E foi pensando no possível fiasco que a administração da atual presidente resolveu declarar emergenciais as obras em três aeroportos, inclusive o de Brasília.


Recordar é viver. A FIFA anunciou o Brasil como sede da Copa de 2014 em outubro de 2007, tempo suficiente para que todas as providências, ainda mais no que tange as burocracias da administração pública, fossem tomadas. Se houvesse aqui gestores competentes, todos os procedimentos licitatórios teriam sido executados, tudo isso de acordo com a lei que rege a licitação – Lei 8.666. A pergunta que não quer calar: Por que houve aí um atraso de quase 7 anos para se começar as obras nos aeroportos? A pergunta eu não posso respondê-la com exatidão, mas sendo um pouco conhecedor da ética da malandragem dos políticos daqui, posso até presumir. O faço então. A jogada que vou explicar aqui tem como pai, criador, fundador, inaugurador o ex-governador do DF, Joaquim Roriz.



Roriz, o pai dos pobres assim intitulado, se utilizava do mesmo tipo de artimanha, porém em uma área diferente, mais sensível: a saúde. O que se fazia: a compra de bens para administração pública tem de ser feita por licitação, contudo há casos em que ela pode ser dispensada. O caso aqui era deixar faltar remédios na rede pública, ainda mais os remédios de alto custo, para ser declarada uma compra emergencial e, assim, adquirir os produtos sem procedimento licitatório. Dessa forma, obtinham-se os remédios no valor absurdamente acima do que eles valiam. A sobra era embolsada para comprar, entre outras coisas, bezerras de ouro. Paizão!



No governo da Dilma, está acontecendo a mesma história, só que as cifras são maiores, bem maiores. Declara-se emergencial a situação dos aeroportos, dispensam-se as formalidades. Além do mais, nesta semana a Presidenta anunciou algo que eu não se imaginava do governo petista, pelo menos uns 10 anos atrás: não bastasse já declarar emergenciais as obras em três aeroportos, será realizada – depois da reforma dos estabelecimentos aeroviários – a concessão deles a empresas privadas interessadas. A tal concessão nada mais é que a famosa privatização do bem público. Gasta-se recursos públicos para depois entregar de “mão beijada” o bem a particulares. É chegada a hora de pagar a dívida.



A continuar assim, será melhor a Presidente trocar o nome dela para Dilma Henrique Cardoso.

26 de abr. de 2011

Ao Poeta Marcelo Camelo

Outro dia escrevi que o rock brasileiro jazia. E jaz mesmo. Capitaneado por bandas ditas emotivas, em que cada integrante só pensa em si e mais se preocupa com o visual que com as letras inteligentes, rock brasileiro agoniza. E é num mar de lama de pura falta de inteligência composicional que a música brasileira ressurge nas harmonias profundas de Marcelo Camelo.




Não bastasse o trabalho louvável junto com Amarante, Medina e Barba, no inesquecível Los Hermanos, Camelo (a cada trabalho) surpreende-nos com um toque de sutileza musical. Música que se traduz por si só em algo intangível, perene e, sobretudo, atemporal. E há quem grite aos quantos cantos que dali nasce o mais novo Chico Buarque, título não muito bem reconhecido pelo próprio compositor.



Com frases de efeito e letras por vezes que nos leva à procura de nós mesmos, em favor de nos escutarmos mais e nos mantermos mais centrados – sem esquecer que não somos uma ilha e que há alguém ao lado – Marcelo canta e nos encanta. Perspicaz, sagaz, suas músicas marcam sempre por uma melodia fácil, porém gostosa, que penetra aos ouvidos e grava-nos na mente com extrema facilidade. Foi assim no primeiro álbum solo intitulado SOU (NÓS) que, dentre outras canções, tem uma chamada COPACABANA, em que se revive a época das marchinhas nos carnavais. O cara faz quem nunca escutou marchinha passar a gostar delas.



Lançou uma coletânea ao vivo para emissora MTV em que faz readaptações de músicas já conhecidas do Los Hermanos e do primeiro álbum solo. O CD e o DVD ao vivo beiram o genial. Mais recentemente lançou o CD “Toque Dela” em que sempre faz experimentações que dão certo. Novamente surpreendeu com letras singelas, porém bem prazerosas, reflexivas e profundas que chegam a emocionar àqueles que as escutam e as compreendem.



Ao continuar nessa toada, tudo indica que será mesmo imortalizado. Ao se levar em consideração o tempo em que vivemos – musicalmente falando – não será muito difícil. És mesmo formidável.



Salve Marcelo Camelo!

7 de abr. de 2011

OS SENHORES DAS ARMAS TUPINIQUINS

59.109.265. Isso, cinquenta e nove milhões, cento e nove mil e duzentos e sessenta e cinco cidadãos brasileiros são os responsáveis diretos pela morte das 12 pessoas, na maioria crianças, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. Talvez uma das quinta-feiras mais tristes da história desta nação, 7/4/2011.

Esse é o total de cidadão que, no referendo para proibição de venda de armas, realizado em 2005, votou em favor da comercialização, barrando assim o artigo 35 do estatuto do desarmamento.



São todos esses cidadãos que forneceram a arma ao Jovem assassino (que aqui não cito nem o nome ), para que ele cometesse de forma abrupta e absurda um crime bárbaro. Foram esses cidadãos, encabeçados pelo Coronel da PMDF, Sr. Fraga, lobista em favor das indústrias bélicas, Secretário no Governo Arruda (o Governo mais corrupto da história do Distrito Federal) que trouxeram a desgraça a várias famílias no dia de hoje. Foram esses cidadãos que - alicerçados por uma argumentação pífia e desprovida de sentido - gritavam aos quatros cantos do mundo que votar contra a comercialização de bélicos no Brasil seria retirar o direito de nós mesmos e, sobretudo, se amparavam na reles idéia de que os bandidos estão armados e os “homens de bem” não (como se homens de bem precisassem de armas). São esses cidadãos que deveriam amanhã mesmo se entregar à polícia e serem julgados por crime doloso. Serem submetidos ao Tribunal do Júri e condenados à pena máxima: 30 anos de cadeia.


Fora a tragédia ocorrida, triste é pensar que dentre os que foram a favor da comercialização livre das armas, estão alguns políticos, intelecutais e estudantes, inclusive os que faziam parte da minha turma e que se graduariam comigo. Olhem, leitores, que contraditório e emblemático: cidadãos que estudaram comigo na Faculdade de Letras, hoje professores, votaram a favor da comercialização das armas. De braços cruzados, eles mesmos assistem pela televisão a hecatombe no palco em que eles ocupam por profissão. E são esses intelecutais de meia-tigela, cuja massa encefálica constitui 1/3 de um caroço de azeitona, que vão lecionar para os seus filhos. São eles que educarão nossas crianças. O que se esperar do futuro?


6 anos mais tarde, vi que a guerra que comprei na faculdade e em vários debates acalorados, contra a venda de armas, valeu a pena. Mesmo que tenha sido diante de um fato trágico como o acontecido naquela escola, notei que minha inteireza anda nos eixos. Percebi que não é de hoje que penso e que logo existo. Hoje, posso derramar meu fel contra esse tanto de imbecil que, nem pra si mesmo, exercita a destreza mental.

É hora de outro referendo, de novos debates acerca do assunto. Assim, quem sabe, os que votaram a favor das armas, da morte, dos assassinatos, dos assaltos, dos sequestros possam se redimir.

4 de abr. de 2011

Um país do futuro

Que tipo de país você gostaria de deixar como legado para os seus filhos, para os seus netos? Um país civilizado? Um país com preceitos democráticos bem arraigados? Um país com níveis educacionais e tecnológicos avançados ou um país em que as regras do jogo não são respeitadas? .


Infelizmente, o que sobra para os nossos descendentes é um país em que as regras do jogo não são respeitadas. Nem mesmo por aqueles que, por obrigação própria da função, deveriam respeitá-las, sobretudo porque se acredita que eles as conheçam.




Eu posso ter muito bem meus preconceitos, o que não posso é pensar que não serei punido pelo crime caso os externe: a regra do jogo diz que “devemos promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Quem dita a regra por aqui, no Brasil, é a Constituição Federal de 1988, nossa carta magna e lei maior.


Pelo visto o futuro ainda não chegou por aqui, como havia dito o Sr. Obama, ao visitar este país. O futuro ainda não chegou porque ainda vemos e ouvimos opiniões retrógradas, infundadas, lesivas, ultrapassadas por aqueles que deveriam prezar por elas: como construir um futuro digno, com direitos iguais a todos, se votamos em pessoas com os ideais de um líder nazista? Como construir essa sociedade que queremos se não punimos, na forma da lei, quem vai à televisão e proclama ofensas contra negros e gays? O que pensar de um Deputado, eleito por uma parcela da sociedade, que não teve um projeto aprovado na Câmara e que só tem destaque na mídia por conta dos crimes praticados por ele? Brasil, qual é a sua cara? A cara ainda é a da falta de uma identidade cristalizada.



O meu país é o país do momento. É o país que dá possibilidades iguais a todos, é o país que olha para si e tem vergonha de ser o último a abolir a escravidão e que labuta para ampliar os horizontes a todos, independente de raça, cor, credo, religião, opinião sexual. O meu país é heterogêneo de formação, é um país de quem trabalha e que respeita a todos. É um pais de pessoas sérias, como José Alencar, um posso de cultura, inteligência e informação. (Dizem que quando um velho morre, queima-se uma biblioteca). O meu país não é o mesmo do Deputado Bolsonaro. Vivemos em lados antagônicos e em momentos diferentes.



Uma pergunta ao Ilustríssimo deputado: caso uma filha do Presidente Norte-Americano, negra, quisesse namorar um dos filhos dele; se isso acontecesse, ele deixaria?

Flávio Rossi

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Ceilândia, DF, Brazil
Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire