Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







9 de ago. de 2010

O pagode e a ascensão social.

Caros leitores, não sei como os shows pelo Brasil a fora são organizados. Aqui, em Brasília, separam-se as pessoas por grades. Há aqui as grades para a classe alta, média e baixa. É um verdade apartheid musical e social também. De acordo com a classe, o preço do ingresso muda. Digo mais: uma coisa que sei é que aqui, na Capital, os ingressos são tão caros que cobra-se – em um show de pagode ou forró - um valor maior que qualquer show do Djavan, Chico Buarque, Marisa Monte, por exemplos, cobram no Rio ou em São Paulo.


Não que eu queira comparar os tipos de música, realmente não há comparações. Qualidades diferentes, prefiro os que citei a qualquer show de pagode. Mas fui e sempre vou a shows de algumas bandas de samba não pelo de fato de eu gostar, eu realmente não gosto, vou pelas pessoas, para conhecer gente, para fazer amizades.


Dividiram o valor das entradas em três tipos: classe A, valor R$ 80,00; classe B, valor R$ 60,00 e classe C, valor R$ 30,00. Fui na classe B, porque segundo pesquisa do DIEESE, sou classe média. É claro que a pesquisa é equivocada, só cabe a mim aqui questionar como foi feita a tal pesquisa.


Pois bem. Em uma outra pesquisa, sobre o governo Lula, saiu um dado relevante em que houve uma acentuada ascensão social. Acredito: isso é evidente quando reparamos as políticas externas, a geração de emprego, o nível educacional e os shows de pagode em Brasília. O quê? Isso, há algum tempo, as áreas que mais ficavam cheias nos shows eram as área mais baratas, as de ingresso mais barato. Mudou. Muita gente migrou da C para a B. Tinha tanta gente na classe B que a bagunça estava formada.


Pancadaria, porrada, latinhas voando, segurança baixando os socos e pontapés, gás de pimenta. Esses foram os resultados do show do Exaltasamba na última sexta-feira, dia 6/8/2010, aqui em Brasília. Aí me ficou evidente um outro resultado da área social: se houve mesmo a tal ascensão na área econômica, ela não veio acompanhada de uma ascensão educacional.


O comportamento, os bons modos parecem não fazer parte dos novos playboys,e das novas patricinhas que aqui residem. Vão aos shows pra fazer baderna, causar confusões, tumultos. Open bar com jeito de quem estava naquela África em que conhecemos pela televisão, com pessoas famintas, voando sobre os balcões como hienas prestes a devorar a presa.


Em pensar que o pagode e o samba sempre foram tratados como música de favela, de pobres e pretos, e hoje é freqüentado pelos playboys e pelas patricinhas que hoje mostram suas maneiras jogando latinhas para o alto só para machucar os outros, pergunto-me se não podemos melhorar a educação no país. Mas que seja uma educação não só global, mas, sobretudo, que venha dotada de qualidade.



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Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire