Quem disse que religião, política e fubebol não se discutem?

No popular, houve-se muito que "religião, política e futebol" não se discute (sic). Na verdade, o dizer não incluía o termo "política", ele só foi incorporado mais tarde, pela elite e pelos próprios políticos, a fim de evitar o debate e os questionamentos político entre as pessoas. Dessa forma, sem o debate, como poderia eu estabelecer meu posicionamento e também aprender com o próximo? Debates ajudam a esclarecer, ajudam no ceticismo, no questionamento. Além do mais, não só a política, mas também a religião e o futebol são passíveis de debates, desde que ambas as pessoas estejam dispostas a não somente falar, mas, antes de mais nada, escutar e aprender. Debatamos, então, sim.







20 de set. de 2010

Ressaca Moral

Hoje, segunda-feira, como todas as outras, parei para pensar um pouco sobre o estado de coisas que paira em mim. A angústia me bate e é sempre nesse dia, religiosamente. Fico pensando no que eu deveria ter feito na semana passada e o que não fiz. Por vezes, penso também no que fiz em excesso no fim de semana.



É que na segunda-feira bate uma certa solidão, mesmo quando se está rodeado de pessoas. Estranho, mas acontece: solidão em meio a vários amigos. É geralmente nesse dia que pensamos no que vamos fazer dali pra frente. Programo-me, juro para mim mesmo que vou voltar a estudar em alto nível, como antes, que vou ler mais, que vou fazer mais por todos ao meu redor, sobretudo, à minha família, que vou levar as coisas mais a sério, que vou despendiar menos dinheiro em besteiras passageiras.


Mas ao mesmo tempo, penso que a vida tem de ser vivida a cada segundo, sem questionar-me tanto no que é certo ou no que é errado. Ao pensar assim, lembro-me dos amigos, dos que estão vivos e dos que se foram. É ao pensar nos que se foram, de forma banal às vezes, que bate até um certo alívio na minha mente e o EGO parece se deitar em paz e aí me deixa em paz também. Quando lembro deles, vejo que a vida tem de ser realmente vivida, em toda sua extensão, da melhor maneira possível, de forma exarcebada e em toda sua plenitude.


É na segunda que me bate a tal ‘ressaca moral’ e fica martelando na minha cabeça. É na segunda que procuro escutar o que eu realmente gosto, Radiohead, Legião, para desinfetar-me das porcarias que entraram nos meus tímpanos na sexta, no sábado e no domingo. O livro abandonado, leitura densa, 100 anos de solidão, Gabriel Garcia Marques, volta às minhas mãos nesse dia e caio no universo do fantástico, que é emblemático desse autor.

Penso que a segunda nem poderia existir. Entretanto, ao pensar assim, levo-me ao raciocínio de que se não existisse segundas-feiras o dia da ressaca moral seria as terças. Não me dói as cobranças dos outros, elas me servem para me dar um norte do que está acontecendo, mas não as levo a sério ao ponto de me martirizar, afinal de contas a noção do que é certo e errado eu a tenho.


Espero que chegue logo o próximo fim de semana, para eu me deleitar novamente nas porcarias mundanas corriqueiras.

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Flávio Rossi

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Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las - Voltaire